No universo da saúde mental, é comum categorizarmos e rotularmos as pessoas com base em diagnósticos padronizados, como o famoso CID (Classificação Internacional de Doenças). No entanto, é fundamental lembrarmos que por trás desses códigos há indivíduos únicos, com suas próprias histórias, desafios e potenciais. Mais importante do que o rótulo que recebem é o desenvolvimento das habilidades que compõem sua essência.
O CID pode fornecer uma linguagem comum para profissionais de saúde, ajudando na comunicação e no estabelecimento de diretrizes de tratamento. No entanto, ele não define quem somos ou o que somos capazes de alcançar. Cada indivíduo é muito mais do que uma série de sintomas descritos em um manual diagnóstico.
É crucial reconhecer que, independentemente do CID que alguém possa receber ao longo da vida, o foco principal deve ser o desenvolvimento das habilidades que compõem a queixa. Porque, no fim das contas, é isso que nós tratamos, é isso que estimulamos: as habilidades e não o transtorno ou condição.
Ao invés de nos concentrarmos apenas nos aspectos negativos associados a um diagnóstico, devemos olhar além e identificar as habilidades e recursos que cada indivíduo possui. Cada pessoa é dotada de talentos únicos, pontos fortes e áreas de interesse que merecem ser cultivadas e valorizadas.
Por exemplo, alguém diagnosticado com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) pode ser excepcionalmente criativo, enérgico e perspicaz. Em vez de rotulá-lo como alguém com “problemas de atenção”, devemos reconhecer e nutrir essas características positivas, ajudando a canalizar sua energia e criatividade de maneira produtiva.
Da mesma forma, uma pessoa diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA) pode ter habilidades excepcionais em áreas como matemática, música ou arte. Em vez de focar apenas nas dificuldades de interação social, devemos oferecer oportunidades para que essas habilidades sejam desenvolvidas e celebradas.
O desenvolvimento das habilidades não se limita apenas aos aspectos cognitivos, mas abrange também habilidades sociais, emocionais e práticas. Através de intervenções personalizadas e centradas na pessoa, podemos ajudar os indivíduos a desenvolverem um senso de autonomia, autoconfiança e capacidade de adaptação. Portanto, ao invés de nos fixarmos apenas nos rótulos e diagnósticos, devemos adotar uma abordagem mais holística e centrada na pessoa. Cada indivíduo é uma história única, com potencial ilimitado para crescimento e desenvolvimento. Ao valorizarmos e investirmos nas habilidades de cada pessoa, estamos construindo um mundo mais inclusivo, empático e capacitante para todos.